Reflexões de um vazio...

Olharam por entre a multidão sabendo sempre que o coração batia mais forte e que do corpo gritavam o nome um do outro, naquela noite, naquele momento em que eram apenas eles, despidos de tudo e entregues a um amor fugidio mas ao mesmo tempo que permaneceu intemporal, imune às horas que passavam por ele. Ele sorriu e discretamente virou o olhar fugindo mais uma vez daquilo que sempre quis, daquilo que certamente o faria feliz. Ela, nem sentiu, nem reparou que aquilo tudo era mais um perder, mais um destino que se esqueceu de acabar uma história que começou independentemente das vontades entregue aquilo que chamam destino. Os sonhos ali pareciam tão reais, tão verdadeiros que nem se distinguia o que era um amor do que era uma vontade de fugir, de bater com a porta do coração e abrigar-nos assim na solidão dos pensamentos, vagueando por entre recordações que reconfortam mas não aquecem o coração. Somos o mesmo ser, o mesmo sentir, o mesmo amar, o mesmo sonhar por entre as folhas secas do Outono que se faz sentir. Somos o complemento um do outro, tu tão ausente e eu tão presente, tu és sonho em mim e eu em ti sou aquele que passa a correr, sem mesmo te tocar, somente admirando um coração que bate de um forma tão limpa e translúcida no qual consigo ver o espelho dos meus desejos, do meu final feliz. As paixões perdem-se e as palavras surgem como forma de amor, daquele mesmo amor que parece não desaparecer por mais que o coração peça um tempo, por mais que a alma sinta que o melhor é partir. Ainda vou acreditando naquilo que resta, naquilo que aqui permanece tão vivo em mim, tão real a cada dia que abro os olhos e vejo que continuas na minha vida, na minha forma de caminhar por os caminhos mais difíceis e não por aqueles que são mais um engano ao qual quero me afastar, aqueles mesmos caminhos onde tu não estás...

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