Entre tudo...
Roupas espalhadas pelo chão, gestos
e gemidos de um prazer penetrável nas ondulações de dois corpos entregues a um
sentimento designado de paixão. É tesão, braços contorcidos entre sussurros e
gritos, é o matar do desejo, numa cama desfeita, no meio de um beijo. Olhares que
se perdem, toques suaves que se tornam em vorazes apertões, que unem dois
seres, dois corações. Sala repleta de luz, uma luz que passa pelas cortinas que
esvoaçam com o vento, entre o carmim dos lençóis e o sabor salgado de uma pele
bronzeada. Chamam-se em silêncios quebrados de um momento quente, pele
arrepiada, transpirada, vestida de nada. Ouve-se ao longe o que chamam de tempestade,
caem as primeiras chuvas de um Outono quase a chegar, o momento é aquele, numa
casa de madeira com vista para o mar. O toque torna-se familiar, conhecem-se os
pedidos mesmo sem nada falar, agarra-se, prende-se, liberta-se, provoca-se. Surge
um bailado apenas dançado a dois, entre músicas de Ben Harper e rabiscos de
frases para depois. Confessa-se a paixão, deixa-se de lado a razão e o instinto
toma conta daquelas horas. Liberta-se a alma, perde-se a noção do lugar,
vive-se mais um tempo, agarra-se o firmamento. O acto dá lugar ao amor,
debruçam-se nos braços, um do outro, e ali ficam, sorrindo e imaginando,
sonhando a hora seguinte, sem persistir no futuro, sem perder tempo a pensar no
amanhã. Num beijo acabam por fechar os olhos, a paixão resulta na cumplicidade
que tanto os faz amar, amor que corre por entre os dedos entrelaçados, de ambos,
numa continuação da pulsação dos dois. Fazem-se promessas, poucas, ao ouvido,
porque quando se fala de amor, as promessas nada são, comparadas com o sentimento
vivido...
adorei :)
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