No sabor do teu beijo...

Num ligeiro toque sentiu um amor profundo, uma mistura de sensações vividas em palavras anteriormente escritas. Sussurrando ao ouvido, confessava cada sentimento crescido dentro de um peito amadurecido pelos caminhos e sonhos sonhados. Sorrindo falou-lhe do mundo e, num simples beijo, entregou todo o seu coração numa história que deixara de ser efémera. Entre as cortinas daquela casa e as melodias ecoantes de um piano, dançaram juntos, fixando o olhar, falando em gestos tímidos de quem sente com uma intensidade voraz. Era o presente de um sonho sentido, o presente de um futuro almejado a dois, de mãos dadas, de passos firmes como os passos de quem sabe o que, realmente, quer. Naquele dia a luz do sol passava por entre os galhos das árvores, passava e banhava aquele salão, aquele refúgio em que ambos se perdiam em juras de amor, em que ambos avançaram sem receio, num novo capitulo escrito a duas vontades. Momentos partilhados, canções dispersas e fotografias espalhadas pelas paredes, era a alegria, o sorriso contagiante, era a lágrima, era a emoção de duas almas livres que se entregavam à vontade, que se entregavam à verdade de um só querer. Caminhos seguidos, jovens que se viram adultos, adultos que renasceram no momento em que, a tormenta, terminou e o nevoeiro revelou-se incapaz de os separar. São rios de distância, pontes que os separam mas tanto que os une, um tanto invisível ao olhar de quem não sente, ao olhar de quem vê, no amor, apenas um “jogo” de representações encenadas. Há amores diferentes, apenas amores sentidos a dois, amores entregues à vocação de quem sabe amar, à força de quem sabe lutar. Ele, despedindo-se do corpo dela, deu-lhe um beijo, um beijo que não toca o rosto mas sim a alma, uma alma amada, a alma que ele tão bem sabe amar...



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