"Natal"

Recordo o cheiro da lenha queimada... dos sorrisos rasgados,
Em que escrevia para ti - à luz de uma vela, que tremia com o vento.
A luz incidia sobre o meu rosto, naquela expressão em que expressava todo o meu amor,
Em que me dava ao sentimento que me falava de ti - que me fazia viver
(muito para além do sitio em que me sentava, recordando-te).
O Natal apoderava-se do meu corpo, dos meus sonhos mais silenciosos,
Daqueles em que contava cada pormenor do teu rosto
(em que pedia por ti... como um presente eterno que queria receber).

A casa enchia-se de alegria, entre o barulho de sorrisos e de conversas,
E eu... eu perdia-me em memórias, em olhares tão iluminados,
Como as luzes daquela árvore que avistava pelas vidraças da porta.
Pedia por ti, calado, sentado, petrificado... pedia por ti... em mim,
Naquele instante, naquele Natal que desenhava contigo - pela primeira vez.

Contava até três e mergulhava no meu próprio sorriso, naquele que brotava de nós,
De tudo o que passamos e vivemos, de tudo o que enfrentamos e vencemos,
Do que amamos... do que demos.

O Natal caía em mim, naquela noite que sabia a ti,
Em que éramos um sonho tão bom de sonhar,
Em que te amava, em que me amavas, em que sabíamos
Simplesmente... amar.
Naquele nosso Natal fomos eternos,
Eternizámos o amor e... tornamo-nos imortais,
Unos batimentos de um mesmo coração,
Vivo... no nosso peito,
Iluminado... ao nosso olhar.



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