"Hoje saí de casa..."

Hoje saí de casa... fui viver o que me faltou, fui sentir o que não sentia há algum tempo.
Despi o medo e deixei-o no quarto, naquele em que te esqueceste de mim,
Em que não te lembraste que eu também tinha coração.
Saí...
Fui por mim e não por ti, fui na esperança de apagar-te do meu peito - de vez!
Contei até três e mergulhei no meu próprio querer, nos sonhos que partilhei...
Contigo (e tu nem sequer os agarraste).
Foi a última vez que me vi chorar, que vi as lágrimas escorrerem pelo meu rosto,
Que me olhei ao espelho e não vi o sorriso que me faz querer mais,
Aquele sorriso que se apagou pelo egoísmo de quem não soube partilhar: o seu tempo.
Hoje saí de casa...
Deixei as roupas. Deixei as minhas coisas. Saí... sem nada.
O coração derramava clamores, a minha pele deturpava-se em pavores,
E eu não queria mais ser a sombra: de uma história vazia.
Foi mesmo neste dia... neste dia que te digo que não voltarei mais,
Que não ouvirei os teus "ais", nem as desculpas em que deixei de acreditar.
Sei que posso  pecar em pensar que tudo muda,
Mas eu não mudo. O meu peito (embora fraco) não esquece.
E eu já me esqueci do tempo... 
Daquele em que esperei por ti, e tu nem sequer me abraçaste.



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